Quem é você?

Você já se perguntou sobre quem é você?

Muitas vezes precisamos recorrer à nossa história para responder essa pergunta, e lembro que um de meus primeiros momentos marcantes para encontrar a resposta foi quando tinha 7 anos. 

Em casa, enquanto meus pais trabalhavam, estava pronto para fazer o que qualquer criança mais gosta de fazer: brincar. E neste dia estaria brincando de arrumar a bicicleta, e uma das partes que não estava funcionando bem, eram as rodinhas que atrapalhavam minha liberdade de cair. 

Por isso, neste dia levei minhas ferramentas para a frente da casa em que morava para iniciar meu experimento. Meu percurso de teste, seria dar uma volta da praça em frente da casa. O teste iniciou retirando a primeira rodinha, o qual penso ter sido o lado direito, mas na verdade pode ter sido fruto da minha imaginação, pois não tenho certeza se minha intuição para lidar com polaridades do corpo ou hemisférios do cérebro já estava desenvolvidos naquela época. 

E assim me lancei mesmo com medo do resultado, pois estava removendo 50% do que me mantinha estável sobre as duas rodas. 

Retornei da minha missão, são e salvo como se tivesse cruzado uma linha de chegada. Já estava pronto para completar a segunda e mais assustadora parte. Matematicamente seriam os mesmos 50%, mas psicologicamente, a porção seria muito maior, pois aquela decisão de remover o último apoio, que me mantinha em equilíbrio, poderiam definir meu perpétuo estado de liberdade ou de estar preso na incapacidade de não conseguir se manter dentro do próprio centro. 

Não sei o quanto de ajuda recebi do destino, mas sei que concluí a volta com a mesma expressão das pessoas que completam uma maratona, era muita alegria naquela realização, pois esse fato estaria marcando a primeira parte de quem estava me tornando, ou descobrindo ser.

Hoje entendo que foi muito exagero, pois a pior coisa que poderia acontecer seria ter caído e começar novamente, aliás o sucesso desta missão não me livrou de cair inúmeras vezes a seguir, e por isso descobri também, o que algumas pessoas podem chamar de fracasso é apenas um sinal que precisamos continuar aprendendo e sucesso é um sinal de que estamos prontos para o próximo desafio. 

E assim segui os próximos anos de minha vida com a certeza que seria um mecânico. 

Essa certeza durou até meus 14 anos, onde já não andava e nem arrumava tanto a bicicleta como antigamente, pois minha nova paixão, passou a ser desenhar. Gosto de enfatizar que era uma paixão, pois minha habilidade continuava sendo a de quem rabiscava bonecos de palitos. 

O que me encantava, era transformar o que percebia, em alguma coisa sobre uma folha de papel, seja uma paisagem, um objeto, algo totalmente abstrato, pois o importante era jogar as ideias para fora da cabeça, e a forma que havia encontrado para fazer, seria desenhar pensando, o que me surpreenderia mais tarde ao descobrir que essa abordagem de pensamento já era modelo, o qual mais tarde foi popularizado.

Estava pronto para assumir meu papel de arquiteto, assim poderia construir sonhos, projetar ideias, possibilitar pessoas de expressar desejos e anseios em algo mais palpável.

O sonho em se tornar um arquiteto foi aos poucos sendo consumido por outra paixão. Minha curiosidade em descobrir porque as pessoas fazem o que fazem, porque somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos, porque aqueles que tem muito, parecem sempre estar buscando ter mais, enquanto os quem tem pouco, parecem estar mais satisfeitos com o que tem. 

Essas e muitas outras incessantes perguntas me perturbavam, o que me fazia buscar por meio de livros de autoajuda ou pessoas experientes uma resposta para cada uma delas. Minha certeza de que o caminho seria longo, me dizia que ainda tinha muito o que aprender, por isso gostaria de me tornar um psicólogo. 

Muitas vezes o caminho que escolhemos não nos leva onde desejamos chegar, seja porque não temos certeza do que queremos, seja porque ainda temos algo para aprender, antes de finalmente encontrar nosso destino. 

Meu caminho parecia estar em qualquer lugar, menos onde esperava que tivesse, pois ingressei no mundo da tecnologia, quanto ela ainda não era essencial para nossas vidas, e foi neste mundo que descobri que cada ciclo foi importante para definir quem sou.

E por isso continuo, mais do que nunca buscando algo para ser ajustado, consertado, reparado, assim como o mecânico. Sigo buscando sempre uma forma diferente de fazer mais com menos, de simplificar problemas, e representar suas soluções como um desenho, assim como faz o arquiteto e por último, talvez o que levei mais tempo para identificar, foi o maior de todos os desafios, conhecer e ajudar o ser humano, começando pela relação com nós mesmos.

Hoje descobri que o mecânico, o arquiteto e o psicólogo são partes da mesma pessoa, que tem como missão de vida seguir aprendendo e buscando algo novo para ajudar pessoas a crescerem fisicamente, mentalmente e emocionalmente, co-criando caminhos para que elas se tornem seus próprios veículos de transformação.

Enquanto existir, espero seguir nesta caminhada, respeitando meus princípios de liberdade, justiça, diversão e aventura.

Sou o Alex e será um prazer lhe conhecer melhor, pois espero poder lhe ajudar, assim como desejo que você encontre sua luz, e onde estiver, que esteja bem com o que há dentro de você!